18 de junho de 2011

18 de Junho de 2011
Um ano depois… As suas palavras continuam vivas e fortes!
A voz de José Saramago perdura através dos comentários dos seus narradores. As suas verdades existencialistas deliciam-nos, fazem-nos pensar… Deixemo-lo falar… Ouçamos o que ainda nos diz…

Aqui fica uma selecção de frases de Memorial do Convento, obra que os nossos alunos do 12º ano tão bem conhecem:

• “Porém, morando o riso tão perto da lágrima, o desafogo tão cerca da ânsia, o alívio tão vizinho do susto, nisto se passando a vida das pessoas e das nações…” (p.60)
• “Porque, enfim, podemos fugir de tudo, não de nós próprios.” (p.70)
• “Usa cada qual os olhos que tem para ver o que pode ou lhe consentem, ou apenas parte pequena do que desejaria…” (p.84)
• “… mas as coisas obedecem mal quando lhes falta a carícia da pele humana, cuidam que se sumiram os homens a quem se habituaram, é o desconcerto do mundo.” (p.90)
• “… ai a dureza de coração dos filhos, que estão vivos e fazem dos seus silêncios morte.” (p.102)
• “… é a grande, interminável conversa das mulheres, parece coisa nenhuma, isto pensam os homens, nem eles imaginam que esta conversa é a que segura o mundo na sua órbita, não fosse falarem as mulheres umas com as outras, já os homens teriam perdido o sentido da casa e do planeta” (p.109)
• “Não é verdade que o dia de amanhã só a Deus pertença, que tenham os homens de esperar cada dia para saber o que ele lhes traz, que só a morte seja certa, mas não o dia dela, são ditos de quem não é capaz de entender os sinais que nos vêm do futuro” (p.117)
• “… tudo termina num buraco, no caso das formigas lugar de vida, no caso dos homens lugar de morte, como se vê não há diferença nenhuma.” (p.118)
• “… um homem tem de saber, por si próprio, quando as mentiras já nascem absolvidas.” (p.119)
• “Um dia terão lástima de nós as gentes do futuro por sabermos tão pouco e tão mal” (p.121)
• “… é portanto a vontade dos homens que segura as estrelas, é a vontade dos homens que Deus respira […] mas esse é o indecifrável mistério das vontades, onde couber uma, cabem milhões, o um é igual ao infinito” (p. 124)


Teresa Margarida Capela

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