Iniciamos hoje uma rubrica que nos parece de grande utilidade, dando voz neste blogue a excertos do programa/publicação «Cuidado com a Língua!», da RTP que, de forma lúdica mas segura, nos ensina o Português correcto e nos previne contra ratoeiras que esta língua complexa e bonita nos arma a cada canto e esquina.
Erros, dúvidas, curiosidades, especificidades regionais, evoluções… um pouco de várias coisas, escolhidas entre aquelas que nos parece mais útil trazer aos nossos leitores, esclarecendo ou avivando a memória, conforme os casos, sempre com a garantia de fiabilidade dos autores do programa, os linguista e jornalista consagrados, Maria Regina de Matos Rocha e José Mário Costa.
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Começamos com um apontamento do capítulo “Língua traiçoeira” e com o maltratado verbo HAVER.
É frequente ouvir frases e expressões semelhantes às seguintes:
«As reuniões quehouveram…»
«Sehouvessem divergências doutrinárias, se houvessem divergências políticas de fundo, eu acho que estaríamos numa situação difícil».
«Apesar de nãohaverem candidatos credíveis…»
«As reuniões que
«Se
«Apesar de não
As formas correctas são:
«As reuniões que houve…»
«Se houvesse divergências doutrinárias, se houvesse divergências (…)»
«Apesar de não haver candidatos credíveis…»
«As reuniões que houve…»
«Se houvesse divergências doutrinárias, se houvesse divergências (…)»
«Apesar de não haver candidatos credíveis…»
O verbo «haver» no sentido de existir é impessoal. Quer dizer que se conjuga apenas na terceira pessoa do singular, independentemente de se lhe seguir uma palavra no plural.
A mesma regra se aplica quando o verbo «haver» está no infinitivo, conjugado com um verbo auxiliar. Nesse caso o auxiliar terá de ficar também na terceira pessoa do singular, pois o verbo principal – ou seja, aquele que traduz a ideia principal – continua a ser o verbo «haver».
Exemplos:
«Vai haver problemas», e não «Vão haver problemas».
«Terá havido muitas divergências», e não «Terão havido muitas divergências».
«Começa a haver problemas», e não «Começam a haver problemas».
«Não deveria haver dúvidas», e não «Nãodeveriam haver dúvidas».
«Vai haver problemas», e não «
«Terá havido muitas divergências», e não «
«Começa a haver problemas», e não «
«Não deveria haver dúvidas», e não «Não
CUIDADO COM A LÍNGUA!
(continua)
a
In Rocha, Maria Regina de Matos e Costa, José Mário, Cuidado com a Língua, Oficina do Livro, Cruz Quebrada, 2008, pp 151-152
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